quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

“VIVER.COL”

Existem em Portugal, segundo a Associação Portuguesa de Ostomizados, entre 10 e 15 mil pessoas portadoras de ostomia.
As palavras ostomia, ostoma, estoma ou estomia são de origem grega (stóma, -atos “boca, abertura”), cujo significado é pequeno orifício, poro, abertura ou boca. Deste modo, através de um acto cirúrgico, procede-se à abertura de um órgão, formando uma boca que passa a ter contacto com o meio externo para eliminação de fezes e/ou urina. Conforme o segmento exteriorizado, as ostomias recebem nomes diferentes: no intestino grosso = cólon = colostomia, no intestino delgado = íleon = ileostomia, no aparelho urinário = urostomia.
A realização de uma ostomia pode ser decorrente de várias causas:
• Pólipos ou adenomas no cólon (tumores benignos, parecidos com verrugas que se desenvolvem na parede interna do cólon e recto). Cerca de 60% dos pólipos do intestino são adenomas, os quais apresentam potencial para malignização.
• Doença de Crohn: inflamação crónica no aparelho digestivo (que vai desde a boca ao ânus), concentrando-se especialmente nos intestinos.
• Tumor do cólon: tem sempre início numa lesão benigna que vai evoluindo, lentamente, até transformar-se num tumor maligno.
Independentemente de ser temporária ou definitiva, a realização de uma ostomia acarreta uma série de alterações na vida do indivíduo, tais como: necessidade de realização do auto cuidado ao estoma, aquisição de material apropriado assim como manuseamento do mesmo, adequação alimentar, perda do controle da eliminação intestinal ou vesical, eliminação de odores, alteração da imagem corporal, bem como alteração das actividades sociais, sexuais e quotidianas.
O impacto resulta, muitas vezes, em sentimentos negativos como sentimento de perda, não-aceitação, falta de privacidade, inutilidade, desgosto, depressão, isolamento, alterações na vida sexual.
É essencial que os enfermeiros tenham uma preocupação crescente face à melhoria dos cuidados que prestam, enfatizando a interacção entre a humanização e a excelência. Para atingir estes objectivos é fundamental personalizar o atendimento do doente e família. É importante considerar a pessoa portadora de ostomia como um todo, numa perspectiva holística, não esquecendo que a sua reabilitação não estará completa sem que os problemas relativos às suas dimensões física, emocional, sexual, social e psicológica estejam identificados e resolvidos.
Para o Enfermeiro o cuidado desses indivíduos objectiva o reiniciar da sua vida, a manutenção das suas actividades sociais, familiares, interpessoais e de lazer, anteriores à cirurgia. Inseri-lo novamente na sociedade, ajudá-lo a identificar e ultrapassar os obstáculos que envolvem dimensões físicas, psicológicas, sociais e espirituais. Pretende-se que a pessoa portadora de ostomia alcance uma melhor qualidade de vida, de bem-estar e de autonomia.
A Estomaterapia é uma competência na área de enfermagem que pretende ajudar a pessoa a viver com uma ostomia, com melhor qualidade de vida e autonomia no ambiente familiar, laboral e social.
O Centro de Saúde de Ponte de Sôr fornece, gratuitamente, o material necessário ao auto-cuidado, às pessoas portadoras de ostomia inscritas. Actualmente, está a desenvolver um projecto de acompanhamento a pessoas portadoras de ostomia cujo objectivo é que a pessoa portadora de ostomia seja acompanhada e cuidada, sempre que possível, no seu ambiente sócio familiar. O horário e local de atendimento serão divulgados posteriormente.

Enfermeira Paula Catela Belo

CONSULTA DE HIPOCOAGULAÇÃO ORAL NO CENTRO DE SAÚDE DE PONTE DE SOR

Doença cardiovascular é um termo genérico que designa todas as alterações patológicas que afectam o coração e/ou os vasos sanguíneos. No termo inclui-se a doença cardíaca coronária (patologia que afecta os vasos sanguíneos que irrigam o coração), a hipertensão e a arteriosclerose.
Uma das principais causas de morte nos países ocidentais são as doenças do aparelho circulatório. Portugal não é excepção à regra e as doenças cardiovasculares constituem uma das primeiras causas de morte no nosso país. Com o envelhecimento da população e os actuais hábitos alimentares dos nossos jovens, a tendência para o agravamento da situação é previsível. Se urge educar correctamente para a prevenção destas doenças, não é menos importante actuar nas consequências das mesmas. Uma das formas de reduzir as consequências graves deste tipo de doenças passa pela avaliação da capacidade de coagulação do sangue destes doentes.
Os coágulos formam-se quando as plaquetas entram em acção para parar perdas de sangue sempre que ocorre um traumatismo ou um corte de tecidos. Esta capacidade de coagulação do sangue deve ser controlada periodicamente através de análises pois em algumas pessoas os coágulos aparecem de forma descontrolada circulando pelo organismo até ficarem presos em pequenos vasos sanguíneos. Quando isso acontece originam problemas como Acidentes Vasculares Cerebrais (AVC), embolias, etc.
Perante pessoas com risco elevado de desenvolver coágulos é prescrito um hipocoagulante (Varfine® ou Sintron®). O objectivo dos hipocoagulantes é reduzir a tendência do sangue formar coágulos, sem o impedir de coagular.
A descentralização da Consulta de Hipocoagulação dos Hospitais para os Centros de Saúde aproxima os utentes dos cuidados de saúde de que necessita, garantindo melhor comodidade e acessibilidade.
No sentido de organizar de forma mais eficiente os recursos físicos e humanos existentes, permitindo o seu acesso ao maior número possível de utentes que deles dependam, com vista a reduzir as taxas de mortalidade e morbilidade destas doenças, implementou-se a Consulta a Utentes Hipocoagulados Orais no Centro de Saúde de Ponte de Sor, e respectivas extensões.
A avaliação de INR funciona de acordo com o seguinte horário:

Ponte de Sor - 2ª e 4ª feira das 14-16 hora;

Galveias - 4ª feira das 11-13 horas

Longomel - 5ª feira das 9-10 horas

Tramaga - 6ª feira das 10-11 horas

Vale de Açor - 3ª feira das 14-15 horas

Enfª Lurdes Ribeiro