sexta-feira, 19 de abril de 2013

O DIABÉTICO E A SUA SAÚDE ORAL

A diabetes caracteriza-se como sendo um grupo heterogéneo de desordens, caracterizadas por uma hiperglicemia persistente, resultante de uma insuficiente secreção de insulina, deficiente utilização de insulina ou ambos. Sendo uma doença crónica pode apresentar complicações crónicas e agudas.


O paciente diabético apresenta alterações na cavidade oral, nomeadamente:


• Doenças do Periodonto


Este doente usufrui de maior risco quando o controlo da doença é insuficiente, logo essas doenças são mais frequentes, mais severas e acompanham a progressão de complicações tardias, consequentemente aumentando o número de dentes perdidos e bolsas periodontais mais profundas. Se for executado um tratamento da periodontite, o controlo da glicémia melhora, pois os diabéticos mal controlados têm pior cicatrização, por isso o tratamento periodontal deve ser o mais conservador possível.


• Disfunção Salivar


A disfunção salivar deve-se à perda excessiva de fluidos, aos efeitos da hiperglicemia e aos efeitos secundários da medicação. Como consequência destes efeitos, cerca de 40 a 80% dos diabéticos sofre de xerostomia e 24 a 48% dos diabéticos apresenta um aumento da glândula parótida.


• Cárie Dentária


A cárie dentária nos diabéticos manifesta-se com o aumento da glicose na saliva, alterando assim a microflora oral. Contudo, existindo nestas condições redução de secreção salivar a cárie dentária progride. No caso dos diabéticos bem controlados, a incidência de cárie dentária poderá ser menor.


• Estomatopirose


A estomatopirose (ardor na boca) declara-se devido à neuropatia diabética, à xerostomia ou candidoses.


• Líquen Plano


Nos diabéticos a forma mais comum da presença de líquen plano é o reticulado, estando associado a antidiabéticos orais no tipo 2. O tratamento destas lesões efetua-se, sobretudo, com
corticóides sistémicos a longo prazo, que dificultam o controlo da glicémia.


 
• Candidoses


Tal como na cárie dentária, o aumento da glicose na saliva, favorece o desenvolvimento de um fungo, a Candida albicans. Os sinais desenvolvidos pelo fungo são o que usualmente chamamos boqueira ou queilite angular.


• Úlceras Traumáticas e Fibromas


No caso das úlceras traumáticas e fibromas, estudos revelam maior incidência possivelmente relacionadas com alterações na cicatrização.

 

As consultas de pessoas diabéticas devem ser de curta duração, sem traumas e livres de qualquer stress.


Nestes casos, é indispensável a cooperação entre o médico assistente e o profissional de saúde oral para o tratamento do diabético.

Andreia Ribeiro, Estagiária de Higiene Oral do Centro de Saúde de Ponte de Sor